Pedro Piquet tem alta em Goiânia

Dados do carro indicam saída do solo a 169,3 km/h e que aceleração no ar atingiu 12,7 vezes a força da gravidade

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264505_542673_264450_542498_pedro_piquet__acidente_goiania_2015__12_Pedro Piquet teve alta nesta manhã do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), onde passou a noite sob observação médica após capotar nove vezes na primeira volta da corrida da Porsche GT3 Cup realizada ontem em Goiânia.

Removido consciente do Porsche #6, o piloto de 17 anos de idade passou por uma bateria de exames conforme o protocolo médico para acidentes desta natureza. Os procedimentos não constataram nenhum dano. Dino Altmann, diretor médico da Porsche GT3 Cup Challenge e do GP Brasil de F1, acompanhou o piloto desde o resgate na pista até o primeiro atendimento no HUGO.

Ainda na tarde de domingo, Piquet postou uma mensagem tranquilizadora em suas mídias sociais. “Tudo certo pessoal, pequeno susto, estou ótimo aqui. Obrigado por todo o apoio”, escreveu o brasiliense.

Após o encerramento da sexta etapa da temporada, os engenheiros da Porsche GT3 Cup Challenge conseguiram recuperar os dados do computador de bordo (“P.I.”, na sigla em inglês) do carro de Piquet. O sistema registra informações até o motor para de funcionar -no caso, foram gravados os dados até 0s3 após o primeiro toque da traseira do carro no chão, depois do flip múltiplo no ar.

Após contornar a curva 1 em quinta marcha a 207,2 km/h, o Porsche #6 teve um primeiro contato com outro carro a 200,9 km/h. Neste momento, Pedro deixou de acelerar e tocou o freio. Após o segundo contato com o outro veículo, a última velocidade registrada com as rodas no solo foi 169,3 km/h (sempre em quinta marcha).

O sistema registrou também as acelerações máximas com o Porsche no ar. A aceleração lateral máxima foi 8,4 G, a aceleração longitudinal máxima 6,5, e a aceleração vertical, 8,7 vezes a força da gravidade. A aceleração combinada máxima (momento em que o carro está girando) atingiu 12,7 G. Para efeito de comparação: um piloto de caça enfrenta forças de até 8 G, enquanto um astronauta tem treinamentos para fazer o corpo suportar até 9 G.

“Foi um grande susto”, resumiu Dener Pires, promotor da Porsche GT3 Cup Challenge Brasil. “Sabemos do risco inerente ao esporte, e o episódio colocou à prova nosso protocolo de segurança, que funcionou muito bem. Graças a isso o Pedro deixa o hospital com só algumas escoriações e mais nada.” O dirigente acrescentou que o trabalho da equipe de resgate médico foi impecável e destacou as condições de segurança do autódromo: “a área de escape é ampla, e o carro não chegou nem perto do muro”.

“O carro mostrou mais uma vez o tanto que é seguro, tanto na rigidez do cockpit quanto nas extremidades, que absorveram bem a força da pancada”, finalizou Dener.

A categoria compete com o Porsche 911 GT3 Cup, que é o carro de corrida mais vendido no mundo. Na classe Cup (pela qual compete Pedro Piquet), é utilizada a mais recente geração do modelo, chamada “991”, enquanto a Challenge corre com a versão “997 – II”. As principais diferenças são na potência dos propulsores (460 HP na Cup e 450 na Challenge) e o sistema de transmissão (câmbio por paddle shift na Cup e sequencial na Challenge).